«Nuno: queres ir comer uma comidinha bem portuguesa, a preços acessíveis a todas as bolsas, num lugar bem frequentado e perto de bares a que tu gostas muito de ir?»

»Não. Preferia um bom restaurante alemão uber alles, com boa kuche und sehr teuer. Bitte.

»Então está bem. Que se lixe o Fidalgo. Achtung!

«O Fidalgo?! Não, que quero lá ir desde a K.24»

«Agora é tarde. Verbotten! Kaputt!« «Bitte, bitte...»

«Ja, alles gut. Zu Fidalguen, então!»

E lá fomos nós, contentes e famintos. O Fidalgo é um restaurante que fica no coração do Bairro Alto, muito perto da casa da Inha e da Inês, essas grandes amigas a quem aproveitamos esta coluna para enviar duas enormes beijocas. A Inês e a Inha já nos conhecem desde... perdão, O Fidalgo é já uma lenda, para não dizer mito, mas agora é tarde de mais, da restauração portuguesa. Os pratos são honestos mas generosos, na boa tradição lusitana. A sopa de legumes estava impecável. O ossobuco e a vitela estufada que papámos estavam excelentes. A lista de vinhos é boa e sobretudo há whiskey irlandês para começar e/ou terminar a refeição. No nosso caso ficámos por uma magnífica Adega Velha, que estava de se lhe tirar o chapéu.

É fácil encontrar no Fidalgo a Moda Lisboa, a Marie Claire, as editoras discográficas, a Loja da Atalaia, a RTP, a Inha e a Inês, instaladores plásticos, a Casa Cláudia, a Petrogal - enfim, todas as forças vivas que fazem este pais que é o nosso.

A comandar as operações está o senhor Eugénio, que para além de ser simpático já nos topa a todos.

Agora, conselho de amigos: cheguem sempre cedo (20 horas) ou tarde (22 horas): evitem o exílio na sala de baixo, geralmente dedicada a aniversários de adolescentes, excursões familiares ou iniciados. Entretanto, se lá forem e encontrarem a Inha e a Inês, mandem-lhes beijinhos da nossa parte.

FIDALGO

R. da Barroca,27

Tel. 3422900 – Fax.3476693

Fecha aos domingos.

Preço média: 2.000$00

K JANEIRO 1993