Tomámos a liberdade de reproduzir aqui as entrevistas dadas pelos nossos clientes ao Canal Gastronomia do Sapo.

Localizadas em spg.sapo.pt

 

Margarida Rebelo Pinto em exclusivo.

Margarida Rebelo Pinto, autora de vários livros como "Não há coincidências" e "Sei lá", verdadeiros sucessos de vendas, confidencia ao Serviço Português de Gastronomia/Sapo o prazer que lhe dá a gastronomia portuguesa.

SPG/Sapo – O que pensa da cozinha portuguesa?

Margarida Rebelo Pinto – Acho excepcional. Para mim toda a cozinha mediterrânica é excepcional, quer em termos de ingredientes quer de confecção. Eu penso que uma cozinha sem alho e sem azeite não é cozinha. A cozinha portuguesa tem isso.

SPG/Sapo – Gosta de cozinhar?

Margarida Rebelo Pinto – Gosto de cozinhar mas não sou grande cozinheira. Sei fazer três ou quatro pratos relativamente bem. Não tenho imaginação e sou muito insegura na cozinha. Tenho medo de arriscar, não experimento pratos novos. As minhas mãos são muito mais para escrever do que para cozinhar. Infelizmente!

SPG/Sapo – Quais são os pratos que mais aprecia?

Margarida Rebelo Pinto – Qualquer prato com bacalhau. Também gosto de leitão, de bife tártaro e pato.

SPG/Sapo – Costuma ter cuidado com o que come. Evita comer determinado tipo de alimentos?

Margarida Rebelo Pinto – Tento ter uma alimentação equilibrada. Como fruta, legumes e laticínios todos os dias. Como pouca carne. Preciso imenso de hidratos de carbono e por isso como muitas massas. Não gosto de doces, só gosto de chocolates. Faço uma honrosa excepção para as trouxas de ovos.

SPG/Sapo – O que é que mais e menos gosta num restaurante?

Margarida Rebelo Pinto – O que mais gosto num restaurante é um ambiente íntimo e acolhedor. Gosto de me sentir como se estivesse em casa. O que gosto menos é de pratos pretensiosos, com muito aparato. Também não gosto muito de restaurantes em que os empregados estão sempre junto das mesas.

SPG/Sapo – O que pensa da chamada cozinha de plástico?

Margarida Rebelo Pinto – É a salvação para muitas famílias e muitas donas de casa. A vida é tão complicada que por vezes não há tempo de preparar refeições com mais cuidado. Eu própria recorro a pizas congeladas e outros alimentos. É uma opção inevitável e, desde que tenha qualidade, pode ser uma solução.

SPG/Sapo – Além da cozinha portuguesa que outras cozinhas aprecia?

Margarida Rebelo Pinto – Toda a cozinha mediterrânica. Gosto da cozinha japonesa, adoro um belíssimo sushi. Nunca enjoo, posso ir todos os dias e nunca enjoar. Também gosto muito da cozinha marroquina.

SPG/Sapo – Como é que alia a cozinha à família, aos amigos ou aos negócios?

Margarida Rebelo Pinto – O português resolve 90% da sua vida à mesa, com almoços. É uma cultura muito enraízada e ainda bem que é assim. Eu faço isso. Guardo a minha hora de almoço para gerir contactos, para almoços de trabalho e para aproveitar para estar com pessoas de quem gosto. Gosto de apreciar a uma refeição com tempo e uma boa garrafa de vinho ou umas "flutes" de champanhe.

SPG/Sapo – Considera-se uma boa apreciadora de vinhos?

Margarida Rebelo Pinto – Não sou uma conhecedora. Sou apreciadora de vinhos e tenho imenso orgulho nos vinhos portugueses. Há bons vinhos noutros países mas com quantidade e variedade de escolha não há como cá. Nós temos vários tipos de vinhos, de várias regiões e de diferentes qualidades. Em Espanha ou há vinhos muito bons ou maus, não há vinhos médios.

SPG/Sapo – Acha que a idade aguça o prazer à mesa?

Margarida Rebelo Pinto – Eu acho que todos os prazeres se apuram com a idade. No entanto tem que haver disposição para se apreciar a boa mesa. Eu gosto imenso de petiscar. Gosto do espírito de picar dos espanhóis.

SPG/Sapo – Quais são os restaurantes que considera como ponto de referência?

Margarida Rebelo Pinto – O Gigi no Algarve por causa do peixe e do atendimento. O Aia, o Novo Bonsai ou o Sushi da Bica do Sapato. Gosto também de restaurantes mais tradicionais como o Guarda Mor, onde se como muito bem, com cozinha portuguesa muito bem confeccionada. Gosto também de ir ao Tromba Rija ou ao Fialho, em Évora. Também gosto do Fidalgo por causa dos pastéis de massa tenra.

SPG/Sapo – Qual é a apreciação que faz dos restaurantes que há em Portugal?

Margarida Rebelo Pinto – Não gosto de generalizar. Mas acho que há muito boas tascas, como a Primavera do Jerónimo, o 1º de Maio. Também há restaurantes óptimos. O que acho é que a área da restauração é para pessoas que gostam de trabalhar no sector e não para pessoas que gostam, apenas de ter um restaurante. Há pessoas que brincam aos restaurantes. É uma área que é preciso ter amor ao que se faz, assim como eu tenho amor aos livros.

Fotos : João Prata

Entrevista : Mário Rodrigues